Hoje, aguardando para fazer uma ultrassonografia para ver o Pedro, me deparei com uma cena muito triste.
Uma mulher chega com a filha, filho e marido e, com a clínica cheia, tenta encontrar um lugar para sentar.
Ao meu lado tinha dois lugares, mas os filhos queriam sentar ao seu lado, mesmo ela pedindo para o marido sentar ali.
A menina foi mais esperta e sentou rápido do lado da mãe.
O pai já foi procurando outro lugar e sinalizando para a esposa onde sentaria.
Mas o menino, aparentando uns 10 anos, também queria sentar ao lado dela e, sabemos que a matemática não bate. Para ele sentar um precisava levantar (tinha outra pessoa do lado da filha).
Olhei para frente e vendo um lugar vago pensei em levantar para o menino sentar no meu lugar. Porém, com o tumulto (chegaram muitas pessoas no mesmo instante), não consegui levantar e em uma fração de segundos a mãe, já nervosa por ter pedido ao filho para sentar nas poltronas vazias e ele não ter atendido, fala mais firme com o garoto para sentar onde ela queria e ele de imediato a obedece.
Até aí, tudo bem, acredito eu. Temos que ter autoridade na educação dos filhos.
De repente, em voz audível para o garoto a sua frente, ela murmura para a filha ao lado (aparentando poucos anos mais velha que o garoto) que o menino era INSURPORTÁVEL e TERRÍVEL e que já não sabia o que fazer com ele.
Ele a olhava triste e ao mesmo tempo muito irritado com o que tinha acabado de ouvir.
Eu, perdida, não sabia se desrespeitava a autoridade da mulher e falava para ele sentar onde eu estava ou ficava quieta.
Fiquei com a segunda opção. Mas meu coração ficou muito triste.
Fiquei pensando no futuro daquele rapaz que ouvia da própria mãe palavras tão fortes de reprovação: INSURPORTÁVEL e TERRÍVEL.
A pessoa precisa ser muito forte para não acreditar no que um pai ou uma mãe fala para ela. Ainda mais nesta idade.
E o que uma mãe pode esperar do futuro do filho se repete isso para ele ouvir?!
O futuro de uma pessoa que acredita nestas palavras é doloroso e muito difícil. Ela não deve falar só isso para ele, deduzo eu.
Não estou dizendo que talvez ele não fosse um menino difícil, mas hoje tenho a consciência (e experiência) que palavras tem MUITO poder, principalmente quando vindas de uma mãe ou de um pai.
Isso serviu ainda mais de alerta para mim.
Nas palavras que quero repetir sempre para o meu filho ouvir e, assim, acreditar nelas. Na educação que quero dar. Na autoridade que quero exercer (porque é importante SIM colocar limites), mas sem precisar ferir ou machucar os sentimentos e a confiança que quero que meu filho tenha.
Enfim, que pensemos mais isso como pais, tios, padrinhos, avós, amigos....
Divido essa experiência com vocês para que, assim como eu farei mais em minhas orações, peçamos a Deus paciência e discernimento para nos ajudar nesta importante e difícil missão, mas não impossível, que é educar um filho.